terça-feira, 29 de abril de 2014

Rio

Servidores da saúde federal no Rio de Janeiro retomam greve

Agência Brasil
Os servidores da saúde federal do Rio de Janeiro retomaram hoje (29) a greve iniciada em fevereiro e encerrada em março, na manhã de hoje (29), após as negociações com o governo não avançarem. A paralisação foi marcada por um protesto em frente ao Hospital Federal dos Servidores do Estado, na zona portuária da capital fluminense, seguindo para a sede do Núcleo Estadual do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho e Previdência Social do Estado do Rio de Janeiro (Sindsprev-RJ), além de se mostrar inflexível, o Ministério da Saúde cortou o ponto dos profissionais que participaram da última paralisação. A diretora do sindicato, Cristiane Gerardo, explicou que a greve só foi encerrada porque o governo se comprometeu a incorporar adendos ao termo do acordo estabelecido.
“O governo não teve nenhum tipo de sensibilidade, não incorporou nenhum adendo e não resta nenhuma outra alternativa se não retomarmos a greve por tempo indeterminado. Quando suspendemos a greve, tínhamos a expectativa de que o governo tivesse sensibilidade e negociasse com o servidor. O que encontramos foi um governo ditatorial que não respeita nossos direitos. Querem transformar a saúde em uma grande mercadoria, colocando à venda”, disse.
O sindicato ainda não levantou o percentual de adesão. A categoria volta a reivindicarmelhores condições de atendimento e de trabalho, além da manutenção da jornada de 30 horas semanais e da incorporação da tabela salarial do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). “É fundamental salientar que somos completamente contra esse processo de privatização da saúde federal. O governo quer fugir das regras, das medidas protetivas aos recursos públicos, e acabar com concurso público, já que o servidor também tem o papel de fiscalizar os recursos públicos dentro do seu local de trabalho”, informou Cristiane Gerardo.
Ontem (28), os servidores do Instituto Nacional do Câncer (Inca) também retomaram a greve pleiteando a redução da jornada de trabalho de 40 para 30 horas semanais, além da não privatização do órgão. Segundo representantes do núcleo sindical do Inca, trabalhadores de vários setores já estão com as atividades paralisadas mas também não há estimativa do número de adesão.
O Inca informou que todo o serviço prestado pela instituição continua funcionando normalmente. O órgão explicou ontem, em nota, que todos os procedimentos oferecidos aos pacientes, desde cirurgias até atendimentos ambulatoriais, estão mantidos.
Procurado pela Agência Brasil, o Ministério da Saúde informou que não há greve deflagrada nos seis hospitais federais do Rio de Janeiro. Procedimentos como atendimentos ambulatoriais, emergenciais e cirurgias não foram afetados.
ASSIM COMO NO CARNAVAL,TAMBÉM NA COPA DO MUNDO:GRANDES EVENTOS,SAÚDE PÚBLICA PRECÁRIA.

SEM SAÚDE PÚBLICA DE QUALIDADE,"NÃO VAI TER COPA!!!"



sábado, 19 de abril de 2014

NOTA DA ARQUIDIOCESE DO RIO SOBRE O CANCELAMENTO DA ENCENAÇÃO DA SEXTA-FEIRA DA PAIXÃO POR CAUSA DOS MORADORES DA FAVELA TELERJ QUE FORAM COVARDEMENTE EXPULSOS E PERSEGUIDOS PELA GUARDA MUNICIPAL E PM E TIVERAM QUE REFUGIAR-SE NA PARTE DE FORA DA CATEDRAL.O TEXTO DEIXA CLARO O DESCASO DO ESTADO E DOS ALTOS SETORES DA IGREJA CATÓLICA COM A POPULAÇÃO POBRE. AS PORTAS DA "SANTA CASA" FORAM FECHADAS E A MISSA DE DOMINGO DE PÁSCOA TRANSFERIDA PARA OUTRO LOCAL.A IGREJA TAMBÉM CRITICA OS QUE ESTÃO FAZENDO AQUILO QUE DEVERIA SER SUA MISSÃO: A DEFESA DOS MAIS NECESSITADOS.
NOSSO TOTAL RESPEITO AOS MORADORES QUE BRAVAMENTE ENFRENTAM A TRUCULÊNCIA DO ESTADO NA SUA LUTA PELO DIREITO À MORADIA.

OCUPAÇÃO TELERJ,RESISTE!

"Diante da ocupação da entrada da Catedral do Rio de Janeiro por um grupo de pessoas oriundo da OI/TELERJ, que solicitava apoio para moradia, a Arquidiocese do Rio de Janeiro, através de responsáveis diretamente ligados ao Arcebispo, ofereceu-se para mediar uma solução ainda que parcial, uma vez que o período de feriados não permite soluções mais definitivas.
Apesar das negociações terem se encaminhado para o atendimento provisório dos efetivamente necessitados, em local do poder público, com o apoio da Igreja e serviços sociais e apesar de os necessitados a terem inicialmente aceito, ao final, não se chegou a uma solução satisfatória. Após ouvir assessorias, os necessitados retrocederam.
A Arquidiocese do Rio de Janeiro lamenta que existam pessoas que ainda sofram em virtude da ausência de moradia e sejam manipuladas por outros interesses.
A Catedral permanecerá fechada. O Sr. Cardeal, em solidariedade a todos os necessitados realizará as celebrações pascais em comunidades que experimentam a pobreza aguda e que serão informadas oportunamente.
A Arquidiocese do Rio de Janeiro reafirma sua intenção inicial de servir como mediadora entre os necessitados e o poder público para encontrar uma saída."


 



quarta-feira, 16 de abril de 2014



VOCÊ TEM PLANO DE SAÚDE ?

O que você pensaria se o seu plano negasse cobertura de cinquenta procedimentos,exames ou consultas e fosse multado por apenas negar dois?
É isso o que prevê a Medida Provisória 627/2013,de relatoria do Dep. Eduardo Cunha!
  Veja como são hoje as multas aplicadas às operadoras de planos de saúde- Negando 50 procedimentos:






Porte da Operadora
Multa atual
Multa pela nova MP
20 mil beneficiários
R$1.600.000,00
R$64.000,00
100 mil beneficiários
R$3.200.000,00
R$128.000,00
200 mil beneficiários
R$4.000.000,00
R$160.000,00
 
    SE A MP PASSAR, A ANS NÃO VAI MAIS MULTAR !!!!

http://www.assetans.org.br/redesocial/
ASSOCIAÇÃO DOS SERVIDORES E DEMAIS TRABALHADORES DA AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE SUPLEMENTAR

segunda-feira, 14 de abril de 2014

quarta-feira, 9 de abril de 2014



Manifestações no Centro do Rio no Dia Mundial da Saúde


No Dia Mundial da Saúde, muita luta e pouca comemoração

Jornal do BrasilGisele Motta *
Os profissionais ligados às entidades do setor no Rio de Janeiro aderiram à mobilização nacional em defesa de melhores salários e condições de trabalho, principalmente no setor público. Para chamar a atenção, os médicos fluminenses decidiram pela suspensão dos serviços para clientes vinculados aos planos de saúde. Os serviços de urgência e emergência foram mantidos.




Cerca de 200 manifestantes se reuniram nas escadarias da Câmara dos Vereadores, na Cinelândia, onde foram colocados cartazes e fotos com reivindicações e denúncias sobre a precariedade dos serviços. Além de melhores condições de trabalho e atendimento adequado à população, os médicos reivindicam concurso público, plano de cargos, carreiras e vencimentos, e piso salarial de R$ 10.991,19 – conforme parecer da Federação Nacional dos Médicos.
No Rio, a manifestação foi promovida pelo Conselho Regional de Medicina e pelo Sindicato dos Médicos. A manifestação fez parte de um movimento nacional. Das escadarias da Câmara dos Vereadores os manifestantes saíram em passeata até a sede do Núcleo do Ministério da Saúde, na Rua México, no Centro da cidade.
Um membro da Comissão de Mobilização do Movimento de Moradores e Usuários do Iaserj/SUS (Mudi), que surgiu na luta contra o fechamento do Instituto de Assistência dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro (Iaserj), ressalta as principais reivindicações que vêm sido travadas na saúde pública do Rio.
Segundo o movimento, que se reuniu em um protesto na tarde desta segunda na Rua da Carioca, no Centro, os usuários do hospital não eram somente os servidores do Estado, que hoje em dia tem um plano de saúde em parceria com a prefeitura, já que a unidade que os atendia não existe mais. “O hospital emitia carteirinha para diversas pessoas que não eram servidores. Um hospital que servia aos moradores da região e foi destruído, em pleno funcionamento. Existia uma pressa absurda em demolir o hospital para ampliar o Instituto Nacional do Câncer (Inca) e até hoje o terreno está inútil". O Mudi denuncia também que ¾ da área do Iaserj serão um  estacionamento. Em termos de leitos, serão pouquíssimos, cerca de 20. "Isso tudo é um contrassenso. Anos e anos, o Inca, vizinho do Iaserj, sempre teve interesse da área do Iaserj para estacionamento”, denuncia o ativista.
Para o membro do Mudi, tudo isso faz parte de uma intenção maior do governo, que visa o lucro e o desvio de verbas. “Existe uma necessidade de sucatear os hospitais para justificar o fechamento deles para implementar Clínicas da Família e Centros de Saúde, que têm um perfil mais preventivo e com a participação dessas Organizações Sociais (OS) para administrar os locais”, denuncia o membro da Comissão, que pediu para não ser identificado.
Segundo ele, a situação piora pela falta de diálogo junto ao Poder Público. O Movimento informa que existe um inquérito sobre como o Iaserj foi desativado – com equipamentos sendo retirados durante a noite, por pessoas não identificadas e pacientes sendo retirados com brutalidade - e até o momento não se conseguiu uma reunião com o procurador responsável: Ertulei Laureano Matos. Questionada, a assessoria do Ministério Público não respondeu até o fechamento desta matéria. “Não temos diálogo com o Poder Público. Não somos ouvidos. O único lugar onde houve discussão foi  na última reunião da P1 (Região Administrativa) que reuniu associações de moradores e a Secretaria de Saúde. Lá foi dito claramente que não se concordava com as mudanças no Salles Netto, por exemplo, e isso foi solidamente ignorado, inclusive passando por cima do Conselho Municipal de Saúde, que também não aprovou as mudanças”, complementa.
“Nós não queremos que as Clínicas da Família não existam, mas não queremos que hospitais em boas condições sejam fechados para que elas sejam feitas. Que se procurem novos locais”, completa o representante do Mudi. Ele ainda relembra a luta por um novo hospital na área do Centro: “Existem vários prédios vazios na região, como o do IML, prédios da iniciativa privada que têm dívidas de impostos, que poderiam ser desapropriados para colocar um hospital na área do centro”, observa.
A Assessoria da Secretaria Estadual de Saúde respondeu, em nota, que "o Iaserj segue funcionando em duas unidades - O ambulatório existente no Hospital Central do Iaserj passou a funcionar no prédio Iaserj Maracanã, localizado na Tijuca. Para isso, a Secretaria de Estado de Saúde reformou o prédio, que estava desativado.Desde que migrou para o Maracanã, a média mensal de atendimento no Iaserj foi ampliada em 60%, sendo o público formado por qualquer paciente do Sistema Único de Saúde, e não apenas por servidores. O Governo do Estado também ampliou uma outra unidade do Iaserj, o Hospital Eduardo Rabelo, em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio. Os 30 leitos existentes inicialmente passaram a ser 120"
A Assessoria ainda informa que "o servidor não contribui para o Iaserj desde 1999 Há 15 anos, quando o Rio Previdência foi criado, os servidores públicos do Estado do Rio de Janeiro não contribuem mais com os 2% habituais para manutenção do Iaserj".
Além do Iaserj, outras associações lutam pela saúde no Rio de Janeiro, como o caso do hospital pediátrico Salles Netto, no Rio Comprido, que será transformado em um Centro Municipal de Saúde, depois de ter a internação e emergência fechadas em 2013. A Associação de Moradores do Rio Comprido (Amorico) vem fazendo protestos contra a mudança. Outros tantos hospitais, como o Instituto Estadual de Infectologia São Sebastião, que foi desativado e transferido para o Iaserj e, depois da sua demolição, funciona no Hospital dos Servidores.
Se os usuários do Serviço Único de Saúde se mostram cada vez mais desanimados pelos acontecimentos recentes, não são os únicos. Os médicos também estão numa situação que consideram de crise. “Nós levamos um contracheque de um médico para a manifestação, que chamamos de 'contrachoque'. Ele ganha um salário completamente defasado, que é de R$ 208, mais benefícios, que chegam a R$ 1300. A questão salarial é claramente um dos fatores que causam o déficit de médicos na rede pública de saúde”, comenta o presidente do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro, Jorge Darze.
Darze coloca esse ponto e ainda outros como essenciais numa pauta para melhorias na saúde pública. Além da questão salarial, o Sindicato se posiciona contra a proliferação de escolas médicas, e a falta de estrutura dos hospitais, que torna cada vez mais difícil a especialização através da residência médica. Além disso, lutam por 10% da receita bruta do Estado para a saúde.
Na questão da saúde privada, o autoritarismo dos planos de saúde também é questionado. Os médicos têm pouca ou nenhuma voz no que diz respeito ao preço cobrado pela consulta. “Isso tudo sem falar no direito dos pacientes. Muitos procedimentos não são autorizados pelo plano, como as próteses para as cirurgias que não são fornecidas a não ser que você entre na Justiça. Visto tudo isso, hoje foi um dia de denúncia. Cumprimos nosso dever, neste que é um dia Nacional para o Protesto”, complementa o médico. 


Veja mais fotos no facebook:MUDI-Movimento de Moradores e Usuários em Defesa do Iaserj/SUS



domingo, 6 de abril de 2014

JORNAL JB FAZ COBERTURA DA PANFLETAGEM DO MUDI NA MANHÃ DO DIA 18/03, CONTRA O FECHAMENTO DO HOSPITAL SALLES NETTO E CONFUDI O MUDI COM A AMORICO, ASSOCIAÇÃO DE MORADORES DO RIO COMPRIDO, A AMORICO, QUE FOI CONVIDADA PELO MUDI E NÃO COMPARECEU AO ATO!

Rio

Comunidade no Rio Comprido se mobiliza por hospital

Prefeitura quer transformar unidade em Clínica da Família

Jornal do BrasilCamila Funare*
Alvo há dois anos da prefeitura do Rio, a situação do Hospital Pediátrico Salles Netto, no Rio Comprido, na zona norte, foi mais uma vez motivo de mobilização da população em defesa da permanência da unidade. Segundo moradores, além da interdição da enfermaria e da cozinha e a diminuição do efetivo médico, no ano passado, o hospital enfrenta uma possível reestruturação no serviço. De uma unidade de média complexidade, o Salles Netto pode se transformar em uma Clínica da Família ou um Centro Municipal de Saúde. O medo da população é que a unidade vire um posto de atenção básica, e que os moradores tenham que recorrer aos hospitais superlotados nos bairros vizinhos. Outro motivo de preocupação é a interrupção do programa, com a mudança de governo.

A diarista Thais Bruna Fernandes, de 23 anos, que estava no Hospital na tarde de hoje, à espera de uma consulta para seu filho de três anos, contesta a possível decisão. A moradora de São Cristóvão, que antes residia em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, avalia a unidade como eficiente, quando comparada com outros hospitais municipais e estaduais. “Quando eu me consultava e levava meus filhos para o Hospital do Joca esperava horas para ser atendida, quando era atendida! Lá não tinha nada, nenhuma infraestrutura, apenas os médicos para receitar os remédios. Aqui esperamos pouquíssimo para sermos atendidos. Fazemos exames, raios-X, recebemos remédios, além de ter pediatras muito bons. Se for uma clínica da família será um serviço muito superficial de tirar pressão etc, isso não é interessante para nós. Hoje meu filho está com febre, vômito e diarreia, em uma dessas unidades eles me encaminhariam para outro hospital”, disse.
Já para a dona de casa de 19 anos, Alessandra da Conceição Nascimento, o hospital se tornou um hábito familiar. “Quando eu era criança minha mãe me levava no Salles Netto. Não me lembro de ter tido experiências ruins nele. Sempre fui bem atendida, seja como criança ou levando os meus dois filhos. Acredito que se o serviço mudasse ia prejudicar boa parte da população vizinha, que teria que recorrer aos hospitais superlotados nos arredores, como o Hospital Municipal Souza Aguiar [centro] e o Hospital Estadual do Andaraí [Andaraí]”, explicou.

O Hospital Pediátrico do Rio Comprido não foi o único na mira do prefeito Eduardo Paes e do governador Sérgio Cabral. A lista inclui dezenas de unidades hospitalares que tiveram seus serviços interrompidos. Entre eles a demolição do Hospital Central do Instituto de Assistência dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro (IASERJ), no centro do Rio, e a desativação do Instituto Estadual de Infectologia São Sebastião e do Hospital Estadual Anchieta, no Caju. Vale ressaltar também a Interdição da UTI pediátrica do Hospital Municipal Souza Aguiar e da maternidade do Hospital Maternidade Oswaldo Nazareth, na Praça XV, ambos no centro fluminense, além de apenas 30% dos leitos do novo Hospital Municipal Paulinho Werneck, na Ilha do Governador, em funcionamento.

Na manhã de hoje (18), alguns integrantes da Associação de Moradores dos Bairros de Rio Comprido (AMORICO), distribuíram discursos e faixas sobre as possíveis mudanças, contrárias ao desejo da vizinhança. Para o secretário executivo da AMORICO, Gian Carlo de Oliveira, os moradores querem a adequação dos serviços hospitalares, para que a unidade funcione em sua totalidade.
Mães estão apreensivas com as possíveis mudanças que o Hospital Salles Netto possa enfrentar.
Mães estão apreensivas com as possíveis mudanças que o Hospital Salles Netto possa enfrentar.
“Tudo começou com a interdição da enfermaria, em agosto de 2013, devido a uma denúncia do Ministério Público do Trabalho, que identificou inadequações no local. Em vez de seguir a condição do órgão de criar um cronograma de obra, a prefeitura optou por fechar o setor. Dois meses depois a unidade fechou a cozinha do hospital, logo se uma criança ficasse muito tempo aguardando algum procedimento mais complexo não teria qualquer aporte alimentício. Em seguida, começou o sucateamento dos profissionais para outras redes hospitalares, o que resultou numa queda no fluxo de pacientes. Começaram a serem distribuídas senhas que limitavam o atendimento diário na unidade, já que havia menos profissionais. Ou seja, o hospital ficou abandonado, atendendo apenas de forma ambulatória, o que para a Secretaria Municipal de Saúde se classifica como unidade de menor importância”, explicou o membro da associação de moradores.

De acordo com Oliveira, duas Clínicas da Família, uma na Rua do Bispo e outra na Barão de Petrópolis já foram licitadas e as verbas liberadas, o que comprova que não há necessidade de uma terceira e sim de uma manutenção da unidade. “A vontade do morador é a de que sejam implantadas as duas clínicas e que o hospital de média complexidade fosse reformado. A Policlínica não é uma opção, pois não vai atender o morador do Rio Comprido, já que ele teria que torcer para ter vaga do lado da sua casa. Nossa maior preocupação nessa mudança é o fato da Clínica da Família ser um programa, que pode ser interrompido por uma intervenção política. Se for interrompido amanhã, o que será do morador?”, indaga o secretário executivo.

Segundo uma nota divulgada pela Secretaria Municipal de Saúde, o projeto de readequação do espaço hospitalar do Salles Netto segue em fase de estudo arquitetônico, sem previsão de uma definição final. Contudo, o órgão ressaltou que o atendimento da unidade será direcionado somente para atenção básica, ou seja, ambulatorial (consultas marcadas), como já tem ocorrido. A internação de baixa complexidade, que era realizada no Hospital Municipal Salles Netto, é atualmente ofertada em outras unidades públicas da cidade (municipais, estaduais e federais). Entre as opções do possível futuro do hospital, estão a Clínica da Família e o Centro Municipal de Saúde.

Sobre a reestruturação da unidade pediátrica, o presidente do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro (SINDMED-RJ), Jorge Darze, disse que o sindicato enviará uma denúncia ao Ministério Público Estadual e ao Conselho Municipal de Saúde contra tal decisão da prefeitura. “A prefeitura está fazendo um crime à humanidade. Esse assunto já deveria ter sido pautado no Conselho Distrital de Saúde, quiçá ao Municipal. A secretaria desrespeita a lei federal n° 8.142, que regula o controle social do Sistema Único de Saúde (SUS). Ele foi criado justamente para evitar que gestores fizessem aquilo que dessem em suas cabeças. Aceitar o fechamento ou a reestruturação do Salles Netto é algo inaceitável e que vai causa um prejuízo à população. Iremos procurar apoio do MP para que a situação seja enfrentada no poder judiciário”, afirmou.
O sindicalista acrescentou a importância da unidade pediátrica no âmbito estadual. “O atendimento da criança no RJ é uma catástrofe, você tem falta de pediatra em todos os hospitais públicos. As crianças não conseguem atendimento com facilidade. Você pode ir a todas as emergências e ambulatórios pediátricos e vai encontrar pouquíssimos médicos. O hospital Salles Netto é patrimônio do povo do RJ. Ele tem um longo tempo de existência, além de uma especialização reconhecida em todo estado. Sempre foi referência em pediatria, recebendo, inclusive, pacientes de outros municípios”, contou.

“Substituir tudo por Clínica da Família estabelece um critério de que a população só tem direito a serviço preventivo, além de prestar um atendimento de péssima qualidade, pois essas clínicas utilizam muitos enfermeiros e quase nenhum médico. Essa Secretaria Municipal de Saúde é uma das piores que o Rio já teve nos últimos anos, ela é desastrosa”, articulou Darze.

Segundo a Associação de Moradores dos Bairros de Rio Comprido, mais de 3 mil assinaturas presenciais foram recolhidas até o momento, e outras 929 virtuais que devem ser encaminhadas ao Ministério Público do Trabalho, em forma de abaixo assinado, para que a prefeitura cumpra com as exigências do órgão.
*Do projeto de estágio do Jornal do Brasil

SBT faz matéria sobre o fechamento do Hospital Salles Netto, clique no link e assista ao vídeo!



http://www.jb.com.br/rio/noticias/2014/03/18/comunidade-no-rio-comprido-se-mobiliza-por-hospital/

sábado, 5 de abril de 2014

Imaginem quando instalarem a clínica de saúde da família sob gestão privada de O.S.

Terceirizados do Hospital Salles Netto reclamam de atraso do salário

Jornal do BrasilGisele Motta *
Depois da revolta de moradores envolvendo a transformação do Hospital Salles Netto, especializado em pediatria, em um Centro Municipal de Saúde, outra questão envolve o hospital. Funcionários terceirizados reclamam do atraso de salários e de benefícios como vale-refeição e a falta de pagamento de hora extra. 
Segundo funcionários, a empresa Facility, que contrata os vigilantes, teria avisado que esse mês o salário iria atrasar. “É o segundo mês que acontece isso. Mês passado o salário só caiu depois de vinte dias, já no final do mês. E ainda estamos aqui com fome, porque aconteceu algum problema com os tíquetes de refeição” reclama João Valério, vigilante do hospital. Ele ainda afirma que a empresa não dá nenhuma justificativa quando isso acontece. "Eles só falam que vai atrasar e que não tem previsão. Nos dois anos que eu trabalho aqui isso já aconteceu pelo menos umas cinco vezes", conta o vigilante. 
Segundo ele, a plataforma online do tíquete de refeição informou que os funcionários tinham acesso liberado, mas depois este aviso sumiu. A Facility alega que a questão dos vales foi um problema técnico e esclarece que ele foi regularizado na quarta-feira (2). Eles ainda ressaltam que o salário do mês não irá atrasar “estando previsto para o 5º dia útil do mês”.
A Secretaria Municipal de Saúde enviou nota informando que o pagamento dos funcionários de empresas terceirizadas não é de responsabilidade do governo: "Os salários de funcionários das prestadoras de serviços para o município são de responsabilidade de cada empresa, não estando vinculados à quitação das faturas respectivas pela Secretaria Municipal de Saúde. O pagamento das faturas pela SMS ocorre conforme programação estabelecida, o que é de conhecimento das direções das empresas."
Vigilantes contratados pela Facility em frente ao hospital Salles Netto 
Vigilantes contratados pela Facility em frente ao hospital Salles Netto 
Contudo, para Valério, a empresa atrasa quando a prefeitura não paga em dia. Ele ainda completa: “Como a prefeitura quer criar uma O.S. aqui se nem consegue pagar as empresas que terceiriza?” Segundo a empresa, o atraso dos salários se deve a outra falha técnica, desta vez "no processamento da folha, devido à terceirização do serviço”.
O Sindicato dos Vigilantes do Estado do Rio de Janeiro questiona a versão da Facility. Segundo o vice-presidente da instituição, Antônio Carlos de Oliveira, a própria prefeitura já admitiu o atraso várias vezes. “Isso acontece com muitas empresas, especialmente aquelas contratadas por órgãos públicos. Muito pouco tem sido feito pela prefeitura para fiscaliza esses problemas. Ela faz o repasse das verbas sem regularidade nenhuma”, denuncia Oliveira.
O sindicato acrescenta que tentará o diálogo com as empresas e também com a prefeitura. Se nada for feito, serão formuladas ações trabalhistas, como já foi feito mais de uma vez contra a empresa em questão. Segundo ele, a Facility está entre as empresas mais problemáticas: “Mês passado foram 20 dias de atraso de salário. Nós fizemos paralisação e um protesto em frente à empresa e eles se comprometeram a não atrasar novamente esse mês”. 
Oliveira explicou que a empresa alegou que tinha sido comprada por um grupo holandês e estava tendo dificuldades para pagar os salários. "É complicado essa situação. Empresas estrangeiras vêm para cá e não cumprem o direito do trabalhador brasileiro. O pior é que isso não é incomum". 
Outro grande problema para os trabalhadores do Salles Netto é o não cumprimento de da súmula 444 do Tribunal Superior do Trabalho, que assegura a remuneração em dobro dos feriados trabalhados. “Nós incorporamos na convenção coletiva essa decisão do TST e ela tem que ser cumprida por todas as empresas do estado”, explica Oliveira. Segundo os vigilantes, os plantões de feriado nunca foram contados como hora extra.
*Do projeto de estágio do Jornal do Brasil

sexta-feira, 4 de abril de 2014


Frente Nacional Contra a Privatização da Saúde

Posted: 03 Apr 2014 09:32 AM PDT

O Instituto Nacional do Câncer (Inca), no Rio de Janeiro, está correndo o risco de deixar de ser uma instituição pública integrante da administração direta do Ministério da Saúde, para se tornar empresa de direito privado. A mudança está prevista em projeto de lei elaborado por grupo de trabalho instituído pelo Ministério — do qual trabalhadores do instituto alegam não ter participado, conforme divulgou (25/2) em seu site a Associação de Funcionários do Inca (Afinca)


O novo modelo de gestão do Inca vem sendo apresentado como solução para um impasse que põe em risco a pesquisa desenvolvida pelo instituto. Dos 3.587 profissionais do quadro do Inca, 583 são contratados pela Fundação Ary Frauzino para Pesquisas e Controle do Câncer (FAF), criada em 1991 para dar “mais flexibilidade” à contratação de pessoal, uma vez que o instituto depende de autorização do governo para realizar concurso público, informou O Globo (24/02). Em 2006, o Tribunal de Contas da União (TCU) considerou ilegal utilizar a FAF para a contratação de pessoal e determinou a demissão dos contratados por essa via. O Inca conseguiu adiar o cumprimento da decisão por quatro vezes, informou, ainda, o jornal.

quarta-feira, 2 de abril de 2014

MAIS UM SERVIÇO DE SAÚDE DESTRUÍDO POR EDUARDO PAES,RESULTADO DA NÃO MOBILIZAÇÃO DA POPULAÇÃO.ACABARAM VIGORANDO AS NEGOCIAÇÕES COM A SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE.


 JORNAL DO BRASIL
 

Salles Netto: fim de atendimento pediátrico exclusivo preocupa moradores

O local será um Centro Municipal de Saúde e fará atendimento a adultos e crianças

Jornal do BrasilGisele Motta * 
      No último domingo (30) diversos itens – como macas e condicionadores de ar - começaram a ser retirados do Hospital Municipal Salles Netto (HMSN), no Rio Comprido, Zona Norte do Rio. Em protesto, nesta segunda (31), moradores acenderam velas em frente ao hospital. A informação da Coordenadoria de Saúde da Área de Planejamento (CAP 1.0) é que as adequações exigidas pelo Ministério do Trabalho estão sendo feitas no local. Os moradores, porém, estão preocupados com o sucateamento do hospital e a principal mudança que irá ocorrer: o fim do atendimento exclusivo de crianças.
      A informação de que o hospital vai começar a atender também a adultos foi confirmada pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Ainda segundo a SMS, o local não será transformado em uma clínica da família, como os moradores temiam. Ainda assim, o hospital será transformado em um Centro Municipal de Saúde, que muda a configuração de atendimento.
    “Essa questão de Centro Municipal já está confirmada. O hospital fazia parte da subsecretaria de Atenção Hospitalar, Urgência e Emergência e agora faz parte Subsecretaria de Atenção Primária, Vigilância e Promoção da Saúde. As informações é que em três semanas, o CMS estará atendendo a adultos e funcionando a pleno vapor”, disse o secretário executivo da Associação de Moradores dos Bairros do Rio Comprido (Amorico), Gian Carlo de Oliveira. Segundo ele, uma reunião foi marcada para o próximo dia 9, com o subsecretário de Atenção Primária, Daniel Sorranz, que irá discutir com os moradores a situação do hospital. 
      A unidade faz hoje uma média de 80 atendimentos ambulatoriais e de especialidades pediátricas por dia. Com as mudanças, passará para 320, entre crianças e adultos. Perguntado sobre o aumento de efetivo, a SMS não respondeu. Ela também não se pronunciou sobre a gestão do hospital que passa a ser uma Organização Social (OS).
    Para o presidente do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro, Jorge Darze, as mudanças no Salles Netto estão sendo feitas de forma irregular “Eles estão usando uma denúncia do Sindicato dos Médicos, que exigia melhores condições de trabalho, para mudar tudo. Estão passando por cima do Conselho Distrital e da regulamentação da OS, privatizando a saúde e se transformando comodamente em apenas gestores”.
    Darze se refere ao Conselho Distrital AP 1.O, que é responsável pela região. Ainda ano passado, em outubro, o Conselho deliberou contra as decisões de mudança de atendimento no Salles Netto, mas não foi respeitado. Para Oliveira, passar por cima do órgão gera insegurança. “Isso foi um descumprimento sério de uma decisão de um órgão que faz o controle social na questão da saúde. Nos perguntamos se o que está sendo dito será cumprido”, explica. 
    “Temos um histórico de falta de compromisso da SMS, por isso a apreensão. Não queremos que o hospital seja transformado em uma clínica da família lá na frente, nem que perca a qualidade. Isso depois de termos perdido a parte de internação do lugar. As crianças do Rio Comprido serão internadas onde, agora?” questiona. 
      Para os funcionários e moradores que levam seus filhos ao hospital, as mudanças não são bem-vindas. Vânia Souza Coutinho, que tem 24 netos, diz que  o atendimento no hospital é melhor do que em muitos outros locais e o aumento de pacientes a preocupa. “Eu, por exemplo,espero um exame ser feito há seis meses pelo SUS. Meus filhos foram tratados aqui e meus netos agora são. Não esperamos nem uma hora para sermos atendidos e existe um acompanhamento para quem tem asma e bronquite”, comenta. Passar a atender adultos preocupa a dona de casa. “Em outros lugares é um médico para criança e adulto, não tem pediatra. Aqui é o único lugar exclusivo e querem acabar com isso”.
     Para o funcionário da empresa terceirizada Facility, vigilante do hospital, a gestão já é complicada agora. “Estamos com o vale-refeição atrasado, e já fomos informados que o salário também vai atrasar. Como a prefeitura quer criar uma OS se nem consegue pagar as empresas que terceiriza?”, critica. 
*Do projeto de estágio do Jornal do Brasil