sexta-feira, 28 de julho de 2017


Texto distribuído pelo MUDI no ambulatório do Maracanã , no Hospital Geriátrico Eduardo Rabelo no bairro de Campo Grande, aos parentes dos pacientes internados e com previsão de também chegar à unidade de Niterói. Todas as unidades do Iaserj precisam se manter mobilizadas.

CINCO ANOS DA CRIMINOSA DESTRUIÇÃO DO IASERJ CENTRAL

   Em 14/07/12, SERGIO CABRAL, chefe da quadrilha estadual, e seu comparsa SERGIO CÔRTES, secretário de saúde,comandaram a desativação do Hospital Central do IASERJ, com o uso da força da Tropa de Choque, retirando na calada da noite os pacientes internados, sem o consentimento dos familiares, resultando na morte dos 15 pacientes graves do CTI (alguns entubados). A ação criminosa teve o apoio do Ministério Público Estadual e do Judiciário, tendo este autorizado a repressão policial. Cabral já havia desativado o hospital de ortopedia Anchieta e o de doenças infeccto-contagiosas, São Sebastião. No início de 2013, os 32 prédios do IASERJ foram demolidos, apesar de várias ações na Justiça. O IASERJ Central foi alvo de uma negociata de R$500 milhões entre Cabral e o Ministério da Saúde. Os ambulatórios da Gávea, Penha e Madureira também foram desativados. A população perdeu um hospital com capacidade de mais de 400 leitos, ambulatórios de mais de 40 especialidades (inclusive tratamento de câncer), CTI, maternidade e serviço de emergência 24 horas. No local seria construído o Centro de Pesquisa do INCA cujas obras foram paralisadas no início, após a empreiteira ser denunciada pela operação LAVA JATO, restando ali um terreno baldio.

NADA justifica a extinção de serviços de saúde, principalmente porque o número de leitos vem caindo progressivamente, levando familiares a recorrerem ao plantão judicial para conseguir, por liminar, um leito. Muitos pacientes morrem antes, mesmo com a liminar na mão. Os leitos hospitalares do SUS no estado do Rio diminuíram de 49.070 (janeiro de 2006) para 39.244 (maio de 2017). No município do Rio, a perda variou de 21.311 (janeiro de 2006) para 17.653 (maio de 2017). O desmonte do SUS atinge todas as esferas: no município, faltam medicamentos básicos nas clínicas da família; laboratórios não estão realizando todos os exames, além de a espera na fila ser longa. Os profissionais de saúde das O.S. (ORGANIZAÇÕES SOCIAIS - empresas que gerenciam serviços públicos com dinheiro do povo) também estão sofrendo com atraso de salário, suspensão de vale alimentação, gratificações e férias; os hospitais Albert Schweitzer e Rocha Faria foram municipalizados e o prefeito Crivella está dispersando os servidores estaduais na rede para contratar O.S. para gerir esses hospitais. No estado, o Hospital Pedro Ernesto (UERJ) referência em tratamentos de alta complexidade, ameaça fechar. Servidores estaduais em geral estão passando necessidades porque há meses não recebem salários integralmente e o Judiciário debochadamente diz que isso não passa de “mero aborrecimento”. Os hospitais federais também sofrem ameaça de privatização com sua transformação em institutos nacionais, para ampliar a exploração por planos de saúde. Temer extinguiu o programa federal de farmácias populares. No IASERJ, a situação não é diferente: faltam vários especialistas (endocrinologista, cardiologista, urologista etc.), o laboratório está novamente desativado, a odontologia também funciona precariamente. A longa espera por consultas e exames no SISREG tem levado ao agravamento de doenças e à morte, em muitos casos.
A crise financeira serve de desculpa para tudo, com a intenção de enganar o povo. Governantes corruptos fizeram e ainda fazem farra com o dinheiro dos trabalhadores, que perdem direitos conquistados com muita luta, cada vez que políticos eleitos com dinheiro de grandes empresas aprovam leis, como a reforma trabalhista (que ampliará a privatização com O.S., Fundações e EBSERH), a reforma da previdência e a lei que congela investimentos públicos por 20 anos! 

A maior parte da população brasileira precisa integralmente do SUS, que presta um serviço público, mas não gratuito, pois pagamos com os altos impostos que as elites no poder nos impõem. Mesmo aqueles que têm plano de saúde podem precisar do SUS, que tem sido sucateado para que os tubarões do mercado da saúde lucrem com a vida das pessoas. 

O Estado genocida que pratica a violência executando pobres negros todos os dias nas favelas e trabalhadores no campo é o mesmo que mata por retirar o direito à saúde e à vida. É política de Estado e não fruto de crise econômica ou política. Não podemos continuar calados! A defesa da vida está em nossas mãos! 

EM DEFESA DO SUS E DA VIDA! SAÚDE NÃO É MERCADORIA!
CONTRA A FARSA DAS ELEIÇÕES!
O POVO ORGANIZADO VAI FAZER REVOLUÇÃO!
MUDI-MOVIMENTO DE MORADORES E USUÁRIOS EM DEFESA DO IASERJ/SUS

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Fonte: https://oglobo.globo.com/rio/obras-de-ampliacao-do-inca-sao-paralisadas-17155630

NÃO VAMOS ESQUECER A COVARDIA COM A DEMOLIÇÃO DO HOSPITAL CENTRAL IASERJ DA AV. HENRIQUE VALADARES NA PRAÇA CRUZ VERMELHA, AO LADO DO INCA.  REIVINDICAMOS A ANULAÇÃO DO CONTRATO DO CESSÃO DO TERRENO DO IASERJ AO INCA E A RECONSTRUÇÃO DO IASERJ CENTRAL.ESTAMOS NA LUTA!

Obras de ampliação do Inca são paralisadas

Empresa abandonou projeto após ser citada por delator na Operação Lava-Jato

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Vazio. O terreno onde ficará o centro de pesquisa: projeto de R$ 500 milhões
RIO - As obras de ampliação do Instituto Nacional do Câncer (Inca) num terreno vizinho ao prédio-sede, na Praça Cruz Vermelha, no Centro, estão paralisadas. A construtora Schahin Engenharia, que ia construir o novo complexo, é suspeita de participar do cartel que superfaturava obras para a Petrobras. Ela foi citada por um dos delatores do esquema, o ex-gerente da estatal Pedro Barusco.
A construtora comunicou a paralisação das obras ao Inca em abril. Orçadas em torno de R$ 500 milhões, elas deveriam ocupar o terreno de 14.585 metros quadrados do antigo Hospital do Iaserj, demolido em 2013. A área foi cedida à União pelo governo do estado.

O projeto prevê no local um centro de desenvolvimento científico para o controle do câncer, além de áreas destinadas ao atendimento de pacientes.

- O investimento no projeto do novo campus é um disparate quando comparado às condições do Inca, que sofre até com a falta de gaze, cateter e seringa. Os recursos humanos estão sobrecarregados. Essa situação é uma afronta à dignidade da população - protesta Pedro Ferreira, diretor do sindicato dos funcionários do Inca.

Na sexta-feira, a Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados fará uma audiência pública na Câmara dos Vereadores, na Cinelândia, para discutir a situação do Inca. No terreno das obras, não há qualquer movimentação de operários. O lugar está vazio e cercado por tapumes.

Sem dar detalhes sobre o valor do contrato com a Schahin Engenharia, o Inca informou que comunicou o abandono das obras aos órgãos de controle e a outras autoridades. Ainda de acordo com o instituto, as providências para a aplicação das penalidades previstas no contrato já foram iniciadas. O Inca, porém, não disse quais foram essas medidas.

Segundo o instituto, um edital de licitação para a contratação da empresa que dará continuidade às obras já está em f ase de elaboração. Em junho, foi assinado um contrato emergencial, com prazo de 90 dias, para um trabalho de escoramento do solo do terreno, a fim de evitar desmoronamento.
O presidente do Sindicato dos Médicos, Jorge Darze, acredita que, no cenário atual de crise, as obras serão adiadas pela União:

- O governo (estadual) não teve piedade e destruiu um patrimônio. O Iaserj tinha capacidade para 400 leitos. Durante décadas, os servidores públicos do Estado do Rio contribuíram com 2% dos seus salários para o hospital. Nos últimos anos, passava por uma degradação progressiva.

De acordo com a Secretaria estadual de Saúde, o Iaserj não foi fechado: a sede do instituto agora está no Maracanã, onde funciona o ambulatório. A unidade dispunha de 12 leitos de terapia intensiva, que foram transferidos para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha. Já os leitos de enfermaria foram transferidos para o Hospital Estadual Eduardo Rabello, em Campo Grande. Ainda conforme o estado, os servidores não contribuem para o Iaserj há 14 anos.

Em abril deste ano, depois que a Operação Lava-Jato chegou à Schahin, o grupo pediu recuperação judicial para 28 empresas do conglomerado. O processo envolve um passivo de R$ 6,5 bilhões. Procurados pelo GLOBO, os advogados da Schahin não retornaram as ligações.