Ciência
Por G1 São Carlos e Araraquara
Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), em São Carlos, em
parceria com a Universidade da Louisiana, nos Estados Unidos, testam uma
substância para combater o vírus HIV. Os cientistas extraíram da
semente de uma trepadeira, planta encontrada na região Nordeste do país,
uma proteína chamada puchelina. Nos testes, ela matou 90% das células
infectadas.
Segundo a pesquisadora Ana Paula Ulian Araújo, as sementes da planta
Abrus pulchellus tenuiflorus são tóxicas e, se ingeridas, podem matar.
“Parece contraditório, mas essa grande toxidade é que traz um benefício. O fato dela matar é que está sendo usado de forma benéfica”, disse.
Efeito em células doentes
A proteína da semente foi ligada a anticorpos produzidos no
laboratório. Os pesquisadores testaram a substância em células com o
vírus HIV, fornecidas por um hospital norte-americano.
Nos testes feitos no Instituto de Física da USP, eles descobriram que a
mistura da proteína puchelina com os anticorpos identifica somente as
células doentes, matando o HIV. Já os glóbulos brancos sadios não são
atingidos.
O pesquisador iraniano Mohammad Sadraeian, que coordenou os testes,
explicou que a substância age em pouco tempo e 90% das células
infectadas com o vírus HIV morrem em dez minutos.
O resultado acaba de ser publicado em um dos principais sites de divulgação científica do mundo, o Scientific Reports, que reúne artigos da revista Nature.
Combate a 'vírus escondidos'
Em todo o país, quase 830 mil pessoas são portadoras do HIV e, segundo o
Ministério da Saúde, são 41 novos casos por ano. Hoje, os medicamentos
matam apenas os vírus que estão circulando no organismo e, geralmente,
provocam diarreia, vômito e manchas.
A substância produzida na USP, consegue eliminar também os vírus que
estão ‘escondidos’ no corpo, em lugares como o sistema linfático e em
partes do intestino.
“A gente percebeu que esse composto age diretamente nas células onde os vírus estão, praticamente, dormindo ali. Muitas vezes essas células estão localizadas no sistema linfático, de difícil acesso, e a gente espera também que no futuro essa substância seja aplicada com o mínimo de efeito colateral”, disse Francisco Guimarães, professor do Instituto de Física de São Carlos (IFSC).
Testes em macacos e humanos
A próxima fase é testar a substância em macacos e depois em humanos. “É
o começo muito positivo que pode trazer, a partir de estudos então
posteriores, quem sabe a tão desejada cura da Aids. É claro que a gente
não pode dizer isso agora, mas o potencial existe e é muito promissor”,
disse a pesquisadora da USP.
ENQUANTO ISSO NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO... matéria do G de junho/2017
ENQUANTO ISSO NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO... matéria do G de junho/2017
Hospital Universitário Pedro Ernesto vai diminuir ainda mais o atendimento a pacientes
Medida foi adotada devido à crise e falta de pagamento de servidores. Serão reduzidas internações, cirurgias eletivas, consultas e exames ambulatoriais a partir de segunda (19).
Por Bom Dia Rio
O Hospital Universitário Pedro Ernesto anunciou que vai diminuir o
atendimento ainda mais. Nesta quarta-feira (14), a direção do hospital
comunicou aos servidores da unidade, por meio de circular, sobre a
restrição ainda maior a procedimentos como cirurgias e exames, devido à
crise.
Segundo a direção, a unidade entrará em nova fase de contingenciamento a
partir da próxima segunda-feira (19), quando internações, cirurgias
eletivas, consultas e exames ambulatoriais serão ainda mais
restringidos. Atualmente, somente 200 dos 512 leitos do hospital estão
funcionando. A carta não informa o percentual de redução dos
procedimentos.
A unidade, vinculada à Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj),
vem enfrentando uma grave crise, com a redução de repasses do governo
estadual. Na circular, a direção elogia o trabalho do corpo clínico,
ressaltando que o Hupe mantém-se aberto "Graças ao esforço exemplar"
destes servidores, que têm se revezado para atender à população.
Acircular lembra, ainda, que os funcionários e residentes estão com
mais de dois meses de salários e bolsas atrasados - situação recorrente
desde novembro de 2016 e que tem imposto "drama pessoal e familiar,
caracterizado por endividamento financeiro, adoecimento psicológico e
físico, além de impossibilidade financeira até de se locomover ao
trabalho".
O Hupe tem 637 residentes matriculados esse ano - 388 médicos e 249
multiprofissionais. Eles alegam que a última bolsa paga foi a referente
ao mês de março. Os servidores estão no grupo dos 207 mil funcionários
do estado que ainda não receberam o salário de abril integralmente e
nesta quarta aguardavam o depósito de cerca de R$ 700 prometidos pelo
governo.
Eles fizeram um protesto em frente à unidade na manhã desta quarta. A
secretaria estadual de Fazenda informou que o restante do pagamento de
abril depende da arrecadação do estado.